domingo, 8 de julho de 2007

O DESERTO FALA

A Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão (LASA) quer criar um movimento de pressão pela construção do aeroporto na margem sul, na zona do campo de tiro de Alcochete. No final de um debate público organizado pela associação, o presidente da LASA declarou que vai incentivar este movimento, contando com a participação do general Lemos Ferreira e do professor Paulino Ferreira, também presentes no debate. Carlos Silveira, presidente da LASA, confessa não ter sido possível “aprofundar melhor esta proposta” mas assume que a associação, perante um assunto de tal dimensão, não poderia sair de “mãos a abanar”. A LASA “quer participar na decisão e então surgiu esta ideia”, acrescenta o presidente.

Este movimento “pró-margem sul”, assim designado pelo presidente da LASA, pretende criar um documento que resuma todas as propostas, ideias e opiniões dos presentes no debate e que deverá ser apoiado pelas “principais instituições de Setúbal”, refere Carlos Silveira. A LASA pretende que se crie um amplo movimento à volta desta questão e espera que, em Novembro, seja possível fazer um balanço do movimento e sobre o que foi feito até à data. Nesse mês, os apoiantes deste movimento realizariam um segundo debate acerca da construção do aeroporto.

O general Lemos Ferreira afirma que a possibilidade de “construção do aeroporto na Ota ainda não desapareceu” e confessa não saber de onde surgiu esta ideia, pois não foram feitos quaisquer “estudos técnicos” que comprovassem ser o melhor local para a construção. Pois, segundo Lemos Ferreira, em 1969 a “localização no Rio Frio foi a mais indicada”, após uma análise cuidada, quer a norte, quer a sul do país.

José Manuel Palma, professor da Universidade de Lisboa, concorda com a construção do aeroporto na margem sul mas tem noção de que este “provocará inúmeros danos na população a nível do ruído”. Considerando que a localização do aeroporto não é uma questão simples, defende que este deve ficar afastado do corredor ecológico de entre Tejo e Sado, ou seja, mais para o interior, na região de Canha.

O professor Paulino Pereira defende a construção do novo aeroporto na margem sul e alerta para o facto de o “período de exploração” do aeroporto na Ota ser de 23 anos, o que implicaria que daqui a 40 a “localização do próximo aeroporto seja novamente colocada em causa”.


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