sábado, 26 de maio de 2007

MENDO CASTRO HENRIQUES ESCREVE A MÁRIO LINO

Um dos autores de O Erro da Ota não gostou de ver o ministro das Obras Públicas glosar com o conteúdo da obra e, numa carta a Mário Lino a que o DN teve acesso, acusa-o: "A democracia, para si, sr. ministro, é um cheque em branco passado de quatro em quatro anos, não tanto a um Governo, mas a um partido político que selecciona esse Governo".
Mendo Castro Henriques, professor da Universidade Católica e um dos autores da obra (e co-apresentador, com Carmona Rodrigues, na semana passada), não gostou que, na mesma conferência em que Mário Lino se referiu ao "deserto" da Margem Sul, o ministro se referisse assim aos especialistas: "O programa do Governo não será avaliado por 22 senhores que escrevem livros, mas pelos eleitores em 2009". Castro Henriques diz não querer acreditar que Lino "despreza os autores de livros, nem a cultura em geral, nem a cultura técnica e profissional que resulta do citado livro, escrito por especialistas independentes e isentos com a consciência cívica de estarem a prestar um serviço ao país". E deixa a acusação: "Poderá V. Exª saber que o famoso poeta alemão Heinrich Heine escreveu em 1821 que '0nde queimam livros, acabam por queimar pessoas'."O porta-voz do grupo de 22 autores adianta estranhar "tanta preocupação sua, técnica e politica, e tantos dossiers a gerir, encontre tempo para desqualificar quem com 'honesto estudo' vem concluir em voz alta o mesmo que indicam as sondagens de Abril e Maio de 2007, segundo as quais cerca de 92 a 93% da população nacional, ponderando os votos, está contra a localização na Ota do novo Aeroporto de Lisboa".
Perigo de submersão
O Aeroporto da Ota está projectado para uma das zonas que podem ficar submersas em caso de sismo de grande intensidade com epicentro na Área Metropolitana de Lisboa, declarou ontem a especialista da Protecção Civil Maria Anderson.O estudo sobre "Cenários Prováveis" foi elaborado em 1997 e serviu de base para a elaboração dos cenários de emergência apresentados ontem no decorrer de um seminário em Queluz. Maria Anderson, engenheira responsável pela análise de riscos da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), afirmou que além da zona da Ota também a baixa de Lisboa, a zona entre Seixal e Costa de Caparica e a parte baixa de Loures e Santo António dos Cavaleiros seriam áreas muito afectadas por um sismo com aquelas características.
Fonte: Diário de Notícias

1 comentário:

MP disse...

Muito bem.
Cidadania no seu melhor.