sábado, 2 de junho de 2007

DISPARATE TOTAL

O antigo presidente da Câmara Municipal de Lisboa acredita que construir um novo aeroporto na Ota é um «disparate total» que vai prejudicar a Margem Sul.
«O aeroporto na Ota é um disparate total pois a Portela ainda não está esgotada. Uma decisão nesse sentido vai ser prejudicial para a margem sul que vai pagar cara a asneira em 20 ou 30 anos», disse o actual vereador na oposição na Câmara de Sintra, durante uma conferência sobre a inserção do Barreiro no contexto da Área Metropolitana de Lisboa, organizada pelo PS local.

João Soares garantiu que a Portela ainda tem potencialidades para ser exploradas, nomeadamente o espaço ocupado pela Força Aérea e a zona de Figo Maduro, considerando que a base aérea do Montijo seria um bom complemento ao actual aeroporto. «Nunca estiveram em Portugal mais do que dois ou três aviões em espera para aterrar. O problema está no funcionamento da aerogare. com dificuldades na saída dos passageiros e na recepção das bagagens», considerou.

O autarca garantiu que não percebe como é que o metropolitano ficou a 500 metros do aeroporto. «Não faz sentido fazer um aeroporto a 50 quilómetros. Eu não quero mais estudos, quero que se decida, mas não gostava de ver a especulação imobiliária a esticar-se 50 quilómetros depois da Ota», salientou. João Soares afirmou ainda que não se sentia mais realizado por ter vindo ao Barreiro, apesar de não conhecer «o deserto», numa alusão às declarações do ministro Mário Lino, que considerou uma «'gaffe' lamentável». O autarca aproveitou ainda para criticar as autarquias comunistas da margem sul, como o caso do Barreiro, garantindo que é necessário acabar com o «mito» da imagem construída pelo PCP. «As câmaras do PCP na Área Metropolitana de Lisboa [AML] são as que têm maior especulação imobiliária e desordenamento do território. Temos que desfazer a imagem que construíram e isso é possível fazer analisando a Área Metropolitana», disse. João Soares falou ainda da Junta Metropolitana de Lisboa, que presidiu durante seis anos, explicando que enquanto não houver uma eleição directa, o órgão não tem efectivos poderes de coordenação.

«Necessitamos de uma regionalização, mas infelizmente perdemos o referendo, o que traz problemas às áreas metropolitanas mas não só. Os problemas da AML não podem ser resolvidos pela lógica local, tem que se analisar o global para depois se agir ao nível local», concluiu.
Fonte: Lusa

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