sábado, 30 de junho de 2007

SÓ O GOVERNO NÃO VÊ O ÓBVIO

Segundo a edição de hoje do Expresso, a larga maioria dos lisboetas (59%) defende a manutenção do aeroporto da Portela. Dos 30,7% que aceitam a sua extinção, 57,4% defendem a margem sul como a melhor localização para a futura estrutura aeroportuária.

quinta-feira, 28 de junho de 2007

A ANA QUER FALAR

O presidente do conselho de administração da ANA, Guilhermino Rodrigues, escreveu ao presidente da Comissão Parlamentar de Obras Públicas, Miguel Relvas, oferecendo-se para ser ouvido nesta sede, em resposta a declarações feitas por Paulino Pereira sobre "interesses escondidos" na decisão sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa na Ota. De acordo com Miguel Relvas, Guilhermino Rodrigues não gostou de ouvir o professor do Instituto Superior Técnico insinuar, no colóquio realizado no Parlamento sobre o tema, poder haver ligações entre aquela decisão do Governo e um eventual financiamento de partidos políticos, e disponibilizou-se para prestar esclarecimentos sobre o assunto.
Ler aqui, no Público.

terça-feira, 26 de junho de 2007

AEROPORTOS EM BARDA

Portela, mais um, mais dois, mais três, é o que se quiser. O que faz falta é gastar a malta.

segunda-feira, 25 de junho de 2007

FÉRIAS?

Parece que o problema da Ota meteu férias. À espera do estudo do LNEC negociado entre o Governo e a CIP. À espera que o pessoal amoleça pelo cansaço. À espera que a Presidência do Conselho da União Europeia distraia a imprensa. À espera que os portugueses se entusiasmem com as férias, primeiro e com o regresso do futebol, depois. À espera que os portugueses, quiçá, emigrem todos e eles fiquem com a Ota só para eles...
Pura ilusão. Há que continuar o trabalho de denúncia do que está por detrás da opção Ota, de denúncia da hipocrisia daqueles que nos Governos por onde passaram disseram Ota e agora fingem ter nascido há bocadinho para o problema, como se não tivessem tomado decisões a favor da Ota, de denúncia do erro da Ota e de debate sobre a melhor opção para o país. Porque uma certeza já há: a Ota é a pior opção para o país. Já ganhámos isso e não é pouco.

domingo, 24 de junho de 2007

NOTÍCIA COM ALGUNS ANOS DE ATRASO?

Contactada pela SIC, a CIP desmente categoricamente quaisquer garantidas dadas por Cavaco Silva em relação à eventual localização do novo aeroporto em Alcochete. Ler aqui.

QUE É FEITO DO ESTADO?

O empresário Joe Berardo disse este sábado estar disponível para financiar o estudo sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa promovido pela Associação Comercial do Porto (ACP), em entrevista à rádio Antena 1. Ler aqui, no Diário Digital.

sábado, 23 de junho de 2007

A LER

Portela+1, por João Miranda, no Diário de Notícias.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

MIGUEL CADILHE TAMBÉM DISCORDA DA OTA

"O ex-ministro das Finanças Miguel Cadilhe defendeu hoje que a construção do novo aeroporto de Lisboa na Ota é o projecto «mais caro e menos recomendável» para o país, neste momento, e que a alternativa Portela+1 deve ser estudada."
Ler aqui, no Diário Digital.

MIGUEL CADILHE TAMBÉ

"O ex-ministro das Finanças Miguel Cadilhe defendeu hoje que a construção do novo aeroporto de Lisboa na Ota é o projecto «mais caro e menos recomendável» para o país, neste momento, e que a alternativa Portela+1 deve ser estudada. "

Ler aqui, no Diário Digital.

VALDEMAR COUTINHO DESASSOMBRADO


"O presidente da Associação Industrial do Distrito de Aveiro (AIDA) está contra a construção de um novo aeroporto e contra o TGV.Valdemar Coutinho, que tinha acabado de tomar posse para iniciar o quarto mandato, da presidência da direcção da AIDA, disse esta quarta-feira que o aerorto da Portela podia ter lasrgos anos de vida. Além disso, defende a libertação do eroporto Figo Maduro do uso militar.No caso do TGV,m está contra as várias ligações em estudio, como a de Aveiro a Salamanca mas concorda com a ligação de Lisboa à linha espanhola. Caso contrário «tem de haver um lobbie altamente interessado…»."


Ler aqui, no On Line News

ESPECIALISTA DO MIT DIZ QUE OTA É UM RISCO

"O projecto do aeroporto da Ota é apontado como um "risco considerável" para os potenciais investidores privados, numa análise sobre o futuro do sector e a sua relação com as companhias de baixo custo (low cost) realizada em Março deste ano por um docente e investigador do MIT (Massachussets Institute of Technology), Richard de Neufville, para um jornal da especialidade. "As receitas futuras de um investimento num grande aeroporto são imprevisíveis", alerta o especialista, que indica ainda que "o potencial para aeroportos secundários sub-utilizados em Portugal pode ter um crescimento interessante", devido às necessidades das "low cost".Num artigo científico sobre a mudança de paradigma dos sistemas aeroportuários, divulgado pelo blogue norteamos.blogspot.com, o responsável do MIT chama a atenção para a "incerteza considerável" quanto ao futuro do tráfego aéreo de passageiros em Portugal e recomenda que a estratégia de desenvolvimento do futuro aeroporto inclua duas medidas. "
Ler aqui, no Público.

quarta-feira, 20 de junho de 2007

MAIS BLOGUES SOBRE A OTA

"Desde segunda-feira que “um aeroporto sem batota” ocupa um lugar de destaque nos ‘blogs’ da ‘homepage’ do Sapo, um espaço dedicado à discussão do novo aeroporto da Ota.Rita Saldanha da GamaA ideia partiu do comandante João Moutinho, piloto da Tap e director técnico da Federação Europeia de Pilotos que, com este ‘blog’, quis abrir o diálogo a um maior número possível de pessoas. “A ideia era conseguir arranjar uma plataforma em que as pessoas que tivessem um discurso mais suportado e sustentável o pudessem expor sem atender a facções”, explica João Moutinho. “Dar à comunidade a oportunidade de confrontarem argumentos técnicos, não só de pilotagem ou de controlo aéreo".
Rita Saldanha da Gama, no Diário Económico.

COMO DESCALÇAR A B OTA?

"A Ota é a síndrome da fragilidade intrínseca de um Governo incapaz de sintonizar os tempos da reflexão e da decisão, como se um e outro fossem contraditórios e inconciliáveis. É por isso que o Governo se expõe agora a uma guerrilha de lóbis autárquicos, regionalistas e outros – pró-Ota ou anti-Ota –, que teria sido evitada com uma metodologia menos precipitada na abordagem da questão. E é por isso, também, que se mostra mais vulnerável a uma tutela paternalista do Presidente da República. Aliás, não faltam casos – desde os centros de saúde às escolas, passando pelos consulados – para favorecer essa vulnerabilidade."

BEM REPARADO

"Rui Moreira, presidente da Associação Comercial do Porto, já decidiu avançar com um estudo da Portela + 1. É uma iniciativa de louvar. Mas ainda mais espantoso é a excepção que começa a ser a regra. Não é o Governo que faz os estudos necessários para defender o interesse público. Têm de ser os cidadãos, as associações empresariais a assumir os custos e a defesa do interesse geral. É escandaloso o ponto a que chegou a irresponsabilidade política do Governo, da nova maioria e desta espécie de Democracia cada vez mais formal."
Rui Costa Pinto, no Mais Actual.
Na verdade para quê uma administração pública? Para quê tanto adjunto, assessor, técnico, avençado, colaborador, parcerista? Para quê, se ainda são os particulares que têm de meter mãos à obra e fazer aquilo que a administração pública devia fazer? Ou será que o segredo está em que a administração pública às vezes não é tão pública como isso?...

terça-feira, 19 de junho de 2007

AINDA ALGUÉM LIGA AO QUE ESTE HOMEM DIZ?

O ministro das Obras Públicas e Transportes afirma que a opção 'Portela+1' «não é uma solução viável» nem do ponto de vista operacional nem do ponto de vista económico financeiro. Portela+1, jamé!, jamé!.

ASSIM É QUE É

O presidente da Associação Comercial do Porto, Rui Moreira, aproveitou ontem a brecha aberta pelo ministro das Obras Públicas, Mário Lino, para anunciar que já encetou contactos, junto da universidade e de empresas da região, para pôr em marcha um estudo alternativo à Ota e a Alcochete do novo aeroporto de Lisboa, que passa pela solução Portela+1.
Ler aqui, no Público.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

CAPAZES DE TUDO

Durante meses a fio, dizem eles que três, a CIP e o Governo anadaram a combinar um estudo novo sobre o aeroporto. Justamente durante esse tempo, o Governo andou a dizer que era na Ota, era na Ota, era na Ota e só podia ser na Ota. Pessoas que durante tanto tempo fazem jogo duplo com as instituições (lembro-me perfeitamente do que Sócrates disse nos debates mensai na Assembleia da República!) e com o país, e agora tão sem problema dizem o que dizem, são capazes de tudo.

domingo, 17 de junho de 2007

A LER

Curiosidade sistémica, no Tomar Partido, a propósito do Otagate.

HAVERÁ UM?

A LER TAMBÉM

O Medo, no Tomar Partido.

A LER E A RELER

Juntar, por João Miranda, no Blasfémias.

ESTUDO ENTORNADO?

Começam a conhecer-se os bastidores do estudo da CIP. Temos estudo entornado como o caldo?

MEMÓRIA

"Por incrível que pareça, a hipótese do campo de tiro de Alcochete esteve sobre a mesa há cerca de 40 anos.", António Neto da Silva, no Diário Económico.

3 MIL MILHÕES

De euros. É quanto custa a menos o aeroporto em Alcochete do que custaria na Ota, segundo o estudop da CIP. Quando se poupa, alguém perde. Terá o Governo força para resistir à força dos que vão perder na poupança?

sábado, 16 de junho de 2007

OTA É QUE NÃO!

Treze associações ambientalistas reiteraram hoje em Alenquer a sua oposição à escolha da Ota para o futuro aeroporto de Lisboa e defenderam que Alcochete é «mais um coelho tirado da cartola» que carece de estudos. Ler aqui, no Sol.

AINDA A LER

Esta entrada no Der Terrorist sobre o comentário iluminado e iluminante de Maria da Luz Rosinha, Presidente da Camara Municipal de vila Franca de Xira sobre o estudo da CIP.

A LER

Entrevista de Margarida Marante a Francisco Vanzeller, sobre o estudo do aeroporto, no Sol.

CONFEDERAÇÃO DO TURISMO DEFENDE PORTELA

Mais uma voz credível contra o desperdício.

LEMBRAM-SE DE CAMPOS E CUNHA?

Saiu do Governo por causa dos grandes investimentos previstos pelo Governo. será que Sócrates ainda lhe vai pedir para voltar? A solução que defende é bem mais sensata que a solução gastadora do ministro iberista e do Primeiro-Ministro.

sexta-feira, 15 de junho de 2007

quinta-feira, 14 de junho de 2007

MÁRIO LINO JÁ NÃO ESTÁ SÓZINHO?!

"António Costa saiu-se com esta preciosidade, citada de memória: "se o aeroporto em Lisboa é tão bom, por que razão ninguém propôs que o mesmo fosse construído no Parque das Nações?"Hesito... Apetece tanto gozar com tamanho disparate, com semelhante tolice, com argumento tão estúpido… Mas talvez o post ganhe força se eu ceder à tentação e o deixar por aqui."
Vasco Lobo Xavier, no Mar Salgado

MAIS UMA VERDADE

"Ficou-se a saber que a Ota era a única hipótese porque o Governo não tinha considerado a viabilidade das outras hipóteses".

Constança Cunha e Sá, PÚBLICO, 14-6-2007

ABAIXO ASSINADO

"Um Aeroporto Internacional de Lisboa para todo o século 21
Nos últimos tempos, tem sido discutida, com bastante vivacidade, a questão do Novo Aeroporto Internacional para Lisboa (NAL), tendo vindo a público várias tomadas de posição do âmbito político, técnico e empresarial e também da própria sociedade civil.Verifica-se que os técnicos tomaram, em esmagadora maioria, uma posição muito reservada, relativamente à opção de localizar o Aeroporto Internacional de Lisboa, na Ota. As questões levantadas prendem-se com as condicionantes que se verificam, ao nível da construção e da operação, nomeadamente, em termos aeronáuticos.Por outro lado, os sectores regionais e as forças vivas em cada região, têm vindo a assumir posições de defesa de localização do aeroporto, apenas baseadas em interesses e critérios regionais.Verifica-se também que, em todos os partidos, têm havido muitos que vêm pondo em causa a opção da Ota, questionando a razão de se ter escolhido aquela localização.Considerando:Que todos os estudos comparativos, realizados antes da última tomada de decisão, em Novembro de 2005, indicavam que as alternativas de localização do Novo Aeroporto de Lisboa, na Península de Setúbal, (nomeadamente na zona entre Rio Frio e Poceirão) eram mais favoráveis do que na Ota, para a esmagadora maioria dos parâmetros (em termos aeronáuticos, de construção civil, de ordenamento do território, de interligação com outros meios de transporte, de custos, de possibilidade de faseamento, e de expansão, etc.);Que os estudos de impacte ambiental, para comparação das duas soluções, foram realizados a um nível preliminar, e numa primeira abordagem punham em causa a opção de construção de qualquer Novo Aeroporto. Por outro lado, os estudos elaborados foram considerados demasiado preliminares para poderem ser conclusivos;Que o aeroporto internacional de Lisboa na Ota tem problemas de construção, porque vai ocupar uma zona muito sensível sob o ponto de vista geotécnico, hidráulico, agrícola, ecológico, e ambiental;Que o aeroporto internacional de Lisboa na Ota será muito caro e terá de ser feito de uma só vez;Que o aeroporto internacional de Lisboa na Ota não tem capacidade de expansão após a sua saturação, prevista para 2040 (a sua construção estará concluída em 2017, pelo que teria apenas 23 anos de amortização);Que se estima que as taxas de aeroporto serão muito elevadas;Que as questões ambientais que justificaram o parecer negativo ao aeroporto na Península de Setúbal só se têm aplicado ao caso do aeroporto, não se compreendendo porque é que neste caso a questão ambiental tenha mais importância do que para outros investimentos efectuados na zona;Que é preciso construir um novo aeroporto quando a Ota saturar e nessa ocasião haverá impactes mais gravosos: mais um aeroporto em operação na zona da Mega-Lisboa; escolha de um local para o novo aeroporto que em princípio terá de ser entre Rio Frio e o Poceirão, ou então no meio da planície alentejana;PropostaOs abaixo assinados vêm:· pôr à consideração dos órgãos de soberania (Presidente da República, Assembleia da República e Governo da República) as suas preocupações sobre a localização do Novo Aeroporto Internacional de Lisboa, na Ota;· solicitar que sejam realizados estudos que permitam definir qual a melhor localização de uma infraestrutura aeroportuária para a zona de Lisboaque melhor sirva Portugal e os Portugueses, a curto, médio e longo prazo;que melhor sirva Lisboa e a sua mancha de crescimento (Mega Lisboa), e que tenha em conta um desenvolvimento francamente elevado, mas também harmonioso e sustentável do território em volta da capital;que seja muito favorável sob o ponto de vista aeronáutico;que seja a que conduz à construção mais barata e mais rápida;que seja aquela que possa ser feita por fases e que tenha a possibilidade de ser evolutiva, evitando um investimento inicial muito elevado;que tenha capacidade de expansão para todo o século 21;que esteja bem integrada nos vários sistemas de transporte existentes e a criar e nas bases logísticas e a criar;que permita o crescimento de uma interface intermodal com os outros modos de transporte rodoviário, ferroviário (rede normal e rede de alta velocidade), portuário e logístico;que considere a questão ambiental, com coerência e bom-senso, evitando tomadas de posição fundamentalistas e potencialmente comprometedoras do desenvolvimento económico do país.

Professores do Instituto Superior Técnico
[Seguem-se as assinaturas de 114 Professores do Instituto Superior Técnico]

quarta-feira, 13 de junho de 2007

ENTRETANTO, A OTA AVANÇA

"O Governo vai avançar em Bruxelas com a candidatura do novo aeroporto da Ota até 20 de Julho, a data limite para apresentar os projectos para financiamento da União Europeia no âmbito da rubrica orçamental "Redes Transeuropeias", disse ao DN fonte do gabinete do ministro Mário Lino. Lê-se na edição de hoje do Diário de Notícias e não se acredita!

OUTRO DESCONFIADO...

Provérbio, por Tomás Vasques, no Hoje Há Conquilhas.

O LOGRO

Ota(rios), por Rui Castro, nos Incontinentes Verbais.

MAIS GATOS ESCONDIDOS

"O tom de alívio desta curiosíssima adenda de Vital Moreira só vem reforçar a ideia de que a manobra de diversão do governo no que diz respeito à Ota tem como único objectivo enganar os lisboetas e atenuar a pressão da opinião pública em geral, que se vinha mostrando cada vez mais contrária ao elefante branco da Ota face ao acumular de evidências de que se trata de uma opção verdadeiramente desastrosa."
André Azevedo Alves, em O Insurgente

SERÁ?

Andam a gozar com o dinheiro dos contribuintes, por Rui Costa Pinto, no Mais Actual.

terça-feira, 12 de junho de 2007

E ESTA?!

A Comissão Europeia não toma partido (também era o que mais faltava!), mas diz que se o aeroporto fôr construído no deserto há mais dinheiro do FEDER.

ATRAPALHAÇÃO

"Há mais de 40 anos que se fala de um novo aeroporto, sempre se apontou para a Ota, todos os estudos diziam Ota. Temos algum receio que venham mais estudos daqui por seis meses ou um ano que venham atrapalhar", disse o Presidente da Associação de Municípios do Oeste, que hoje foi recebido pelo ministro iberista. O inspirado e atrapalhado autarca exigiu também conhecer os técnicos que elaboraram o estudo da CIP. Eu também gostava de saber quem são os proprietários dos terrenos confinantes com a localização do aeroporto na Ota, de preferencia sem recurso aos testas de ferro. E as Camaras Municipais, a quem o ministro iberista disse incumbir essa divulgação, nunca o fizeram. E também gostava de saber que interesses ficam atrapalhados por se estudar outra localização que não a Ota.
(publicado no Tomar Partido)

VOX POPULI

Conversa entre dois lusitanos de estirpe, à mesa de um restaurante de classe média, numa cidadezinha do interior desesquecido e desostracizado:
- Eh pá então os gajos agora querem Alcochete?
- Parece que sim.
- Eu não acredito!
- Porquê?!
- Já muito gajo importante de mais a gastou dinheiro demais em terrenos na Ota para serem agora comidos.
- Eh pá, mas não te esqueças que o Sócrates tem de compensar o gajo dos supermercados por causa da PT...
- Tá bem, então o Sócrates tá quilhado.
- Vire-se para onde se virar.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

A LER

Ota: um caso de polícia, por Rui Costa Pinto, nas Crónicas Modernas.
O aeroporto de Lisboa, por João Gonçalves, no Portugal dos Pequeninos.

GATO ESCONDIDO COM RABO DE FORA?

Álvaro Pedro, o socialista acumulador de mandatos na Camara Municipal de Alenquer, afirmou hoje que o Governo e a NAER querem cada vez mais velocidade nos estudos que faltam sobre a construção dos acessos para iniciar a construção do aeroporto da Ota. Das três uma: ou o autarca não sabe das últimas notícias, ou o autarca está desfasado da actualidade ou o Governo está a armar um embuste com o anúncio de que vai mandar estudar nova localização. É muito importante que fique claro que o anúncio de hoje é SÉRIO, ou seja, que o novo estudo sobre Alcochete não faz parte de uma encenação para entreter Cavaco Silva, para entreter o país, retirando a Ota da agenda política e que as suas conclusões são para levar a sério. É que se não fôr assim é caso para demissão do Governo por fraude política barata.

NÃO 1, NÃO 2, NÃO 3, NÃO 4, NÃO 5, MAS 6, SEIS!

O estudo hoje apresentado pela Confederação da Indústria Portuguesa sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa apresenta seis localizações possíveis junto a Alcochete, algumas das quais com ocupação significativa do Campo de Tiro.

LOW COST: OTA EM CHEQUE

Badajoz vai fazer low cost.
"El plan de expansión de la aerolínea de bajo coste Ryanair incluye Badajoz. La compañía considera que la región cumple todos los requisitos y confirma los contactos con la Junta. La Consejería de Infraestructuras admite que hay conversaciones con esta y con otras compañías."

PRIMEIRA VITÓRIA: GOVERNO ADIA E ESTUDA!

O Governo adiou por seis meses a abertura do concurso do futuro Aeroporto Internacional de Lisboa na Ota, prevista para Outubro, para estudar a viabilidade de uma localização alternativa, o Campo de Tiro de Alcochete, que ganhou força nos últimos dias. O anúncio foi feito esta manhã pelo ministro das Obras Públicas, Mário Lino, na Assembleia da República, onde decorre durante todo o dia um colóquio sobre o futuro aeroporto.Segundo o ministro, o Governo mandatou o Laboratório Nacional de Engenharia Civil para proceder, nos próximos seis meses, a uma análise técnica comparativa entre a Ota e Alcochete para localização do novo aeroporto de Lisboa."O Governo que ficar de consciência tranquila de tudo ter feito para garantir a melhor decisão", justificou Mário Lino.Esta decisão é tomada na sequência da apresentação de um estudo promovido pela Confederação da Indústria Portuguesa que dá os 7500 hectares do Campo de Tiro de Alcochete como a melhor opção para a instalação da infra-estrutura aeroportuária. O estudo será entregue esta manhã em mãos pelo presidente da CIP, Francisco Van Zeller, ao Presidente da República, Cavaco Silva.
Fonte: Público

domingo, 10 de junho de 2007

É JÁ AMANHÃ

O debate na Assembleia da República.

LINO NÃO PEDE DESCULPAS

O ministro dos Transportes e Obras Públicas, Mário Lino, voltou hoje a recusar a apresentação de um pedido de desculpas à população do distrito de Setúbal por se ter referido à margem sul como "um deserto". "Já expliquei o que tinha a explicar sobre essa matéria. O meu Ministério tem em desenvolvimento muitos projectos nesta área, na Península de Setúbal, e tenho um grande respeito e consideração por todas as pessoas deste distrito, como de todo o país", disse Mário Lino, que falava aos jornalistas no final das comemorações do 10 de Junho, em Setúbal. "Compreendo a indignação das pessoas que ouviram essas palavras fora de contexto. Se pudesse voltar atrás e soubesse que essas palavras iam ser aproveitadas fora de contexto, não as tinhas pronunciado". O ministro reafirmou, no entanto, que não vê razões para apresentar um pedido de desculpas formal à população do distrito de Setúbal. "Uma pessoa pede desculpa quando tem o sentimento de ter qualquer culpa. Eu não tive intenção de insultar, nem de magoar, nem de minimizar ninguém".
Fonte: Público

terça-feira, 5 de junho de 2007

DESAFIO A NEGRÃO

O candidato do Partido da Nova Democracia à Câmara Municipal de Lisboa, Manuel Monteiro, desafiou hoje o social-democrata Fernando Negrão a ser o primeiro subscritor da petição que está a promover para referendar o aeroporto da Ota, noticia a Lusa. Esta posição de Monteiro foi transmitida a Fernando Negrão em resposta à carta enviada pelo candidato do PSD a Lisboa, no final de Maio, a todos os seus adversários nas eleições intercalares a propor um «pacto» para a manutenção do aeroporto da Portela na capital. «Venho aceitar o seu repto e, simultaneamente, sugerir-lhe, em nome de uma maior eficácia deste pacto ora proposto, que seja o primeiro subscritor da petição referendária a dirigir à Assembleia República, já por mim subscrita em segundo lugar», sugeriu, na carta a que a Lusa teve acesso. Por outro lado, Monteiro desafiou Negrão a promover a recolha de assinaturas com vista à realização da consulta popular. Para que a Assembleia da República discuta a realização de um referendo de iniciativa popular são necessárias 75 mil assinaturas. «De facto, entendo que esta será a única hipótese de levar a que possa ser reequacionada a manutenção do aeroporto na Portela», defende Monteiro. O líder da Nova Democracia lembrou que a 21 de Março escreveu ao líder do PSD, Marques Mendes, propondo-lhe uma acção conjunta na recolha de assinaturas para um referendo sobre o tema. «Infelizmente, até hoje, não obtive qualquer resposta do líder do seu partido», lamenta Manuel Monteiro.

O DEBATE DA OTA

COLÓQUIO
O NOVO AEROPORTO INTERNACIONAL DE LISBOA
Assembleia da República
11 de Junho / 9h30 às 18h00
Sala do Senado


PROGRAMA
09h00 - Recepção
09h30 - Início do Colóquio
Presidente da Comissão de Obras Públicas, Transportes e Comunicações (COPTC), Deputado Miguel Relvas
Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino
10h15 às 13h00 – 1.º Painel “O novo aeroporto internacional de Lisboa: opções”
Moderadora: Vice-Presidente da COPTC, Deputada Irene Veloso
Dra. Paula Alves
Eng. José Lopes
Prof. José Manuel Palma
Prof. Paulino Pereira
(15 minutos por intervenção)
11h15 - Intervalo
11h30 - Debate
13h00 - Almoço
14h30 às 17h30 – 2.º Painel “Custos e modelos de financiamento e gestão do aeroporto internacional de Lisboa”
Moderador: Deputado Jorge Costa
Prof. Augusto Mateus
Prof. Diogo Pinto
Prof. Manuel Porto
Eng. Rego Mendes
(15 minutos por intervenção)
15h30 - Intervalo
15h45 - Debate
17h15 - Intervalo
17h30 às 18h00 - 3.º Painel
Representante do Grupo Parlamentar do PS
Representante do Grupo Parlamentar do PSD
Representante do Grupo Parlamentar do PCP
Representante do Grupo Parlamentar do CDS-PP
Representante do Grupo Parlamentar do BE
Representante do Grupo Parlamentar do PEV
18h00 - Fim do Colóquio

ENTRADA LIVRE

segunda-feira, 4 de junho de 2007

POCEIRÃO É ALTERNATIVA CREDÍVEL

"A zona do Poceirão poderá ser uma «uma alternativa credível» à Ota para se instalar o futuro aeroporto de Lisboa, disse hoje à Lusa o economista e professor universitário Ernâni Lopes. Falando à margem de uma conferência, em Setúbal, no âmbito da Jornada «Segurança e Defesa na Economia do Mar», o antigo ministro das Finanças afirmou que o Poceirão «é uma alternativa credível» para a localização do novo aeroporto de Lisboa. Ernâni Lopes integra uma comissão de especialistas que está a estudar uma solução sustentada de transportes para a Grande Lisboa, que passa pela articulação de vários módulos de transporte às plataformas logísticas de Castanheira do Ribatejo e do Poceirão."

domingo, 3 de junho de 2007

ESTUDAR FARÁ MAL À NAÇÃO?

As associações ambientalistas Quercus e Alambi defendem a reavaliação da Ota como localização do futuro aeroporto de Lisboa perante a opção de manter o da Portela, "sem descurar a hipótese da não construção".

"Além de se avaliar a opção Ota, é fundamental uma comparação com a opção de manter a Portela, conjugada com uma outra infra-estrutura de apoio, destinada, eventualmente, aos voos 'low cost', de mercadorias ou internos, reabilitando a infra-estrutura já existente", defenderam a Quercus e a Associação para o Estudo e Defesa do Ambiente do Concelho de Alenquer (Alambi), num comunicado conjunto."Todas as opções [para a localização do novo aeroporto de Lisboa] têm enormes impactes, pelo que a opção por uma ou por outra deverá ser bem fundamentada, sem descurar a hipótese da não construção", lê-se no comunicado das associações ambientalistas, que defendem que os estudos que "permitam aferir a necessidade de um novo aeroporto" devem ser debatidos tendo em consideração "a conjugação com outros projectos, como o TGV ou os aeroportos de Beja e do Porto".
Fonte: Público

A ALAMBI LEMBRA QUE...

"Não há almoços grátis"....

A Alambi é uma ONG de Ambiente do concelho de Alenquer. A Alambi não foi convidada para qualquer almoço com o Ministro das Obras Públicas. O trabalho desenvolvido pela Alambi assenta exclusivamente no voluntariado e dedicação à causa dos seus membros. Da direcção da Alambi fazem parte técnicos de diversas áreas - Eng. Civis, Biólogos, Químicos, Economistas - que conhecem o terreno e as incidências do projecto do NAL como ninguém. Ninguém da Alambi participou em trabalhos encomendados pelo NAER. A Alambi bate-se pelo primado dos valores ambientais e da sustentabilidade no território onde actua. A Alambi exige rigor e isenção no Estudo de Impacte Ambiental que agora se inicia e que por lei tem carácter vinculativo para a viabilidade do projecto."

AGORA? PARA QUÊ?

O ministro das Obras Públicas, Mário Lino, afirmou hoje em Leiria que o concurso do Estudo de Impacte Ambiental para o novo aeroporto da Ota já foi lançado, estando em fase de apreciação de propostas. «O Estudo de Impacte Ambiental (EIA) que foi feito em 2000 teve a ver com a localização. É necessário fazer um EIA para este projecto, como é natural, aliás o concurso já foi lançado, está-se na fase de apreciação das propostas e vai ser executado dentro dos prazos necessários para que esse projecto avance» disse hoje Mário Lino aos jornalistas. É preciso lata. Num momento em que o Governo já tem a Ota como facto consumado, num momento em que já deu ordens para o desencadear das acções necessárias para o início da construção, agora é que vai mandar fazer, nem sequer fazer, vai começar as diligências legais necessárias para mandar fazer o estudo de impacte ambiental da obra? É um escandalo. Quanto mais o ministro iberista mexe na Ota mais se atola no aquífero. Terrenos mal escolhidos é no que dá...

sábado, 2 de junho de 2007

CONSCIÊNCIA NACIONAL EM FÁTIMA

"O novo aeroporto da Ota pode trazer benefícios para a região?

É óbvio que sim. Fátima vai lucrar com tudo isto, ficamos a ganhar 30 quilómetros e sendo um bom aeroporto vai trazer mais passageiros, mais oportunidades para Fátima. Mas sou contra a localização, por um motivo: há alternativas mais baratas, mas há muitos interesses… Sabemos que a construção do novo aeroporto na Ota vai ter custos muito elevados. É preciso ponderar muito bem, o País está mergulhado numa crise. Sabemos que nós é que vamos pagar esta estrutura, com os nossos impostos. E será que este investimento vai ter retorno?"

Pedro Marto, no Notícias de Fátima.

A LER

O ministro é um camelo?, por Luís Costa, no Jornal de Notícias.

ORDENS

Fonte: Diário de Notícias

A LUTA CONTINUA

"O Governo começa a admitir recuar na escolha da Ota para localização do novo aeroporto internacional de Lisboa. O ministro das Obras Públicas, Mário Lino, deu ontem sinal disso, em declarações à TSF: "O problema da localização está decidido a esta luz [dos "grandes debates" ocorridos em 1999 e 2000]. Mas estamos abertos a discutir todas as matérias."Uma fonte governamental ligada a este processo "traduziu" ao DN esta afirmação do ministro: "Tudo pode voltar atrás." E tudo está em saber, segundo a mesma fonte, "até onde Cavaco Silva quer ir". Na visão do mesmo interlocutor do DN, o Presidente da República, permanentemente "acusado" de estar excessivamente colado ao Executivo, está a usar a Ota "como arma de distanciamento". "Cavaco Silva pode obrigar o primeiro-ministro a uma inflexão política", adiantou."

QUEM PAGA A OTA?

"O Governo tem tentado passar a ideia de que o futuro aeroporto da Ota será um empreendimento essencialmente privado com uma contribuição do Estado português de apenas 10%. Mas por detrás de um aparente investimento privado estão custos ocultos que o tornam num investimento essencialmente público. A maior parte da contribuição do Estado será feita através de contrapartidas não financeiras cujo valor ultrapassa em muito os 10% anunciados pelo Governo. Em troca da construção da Ota por entidades privadas, o Governo pretende oferecer a desactivação da Portela, os acessos rodoviários ao aeroporto, um shuttle para ligar a Ota a Lisboa em 20 minutos, um terminal de TGV, parte do capital da ANA (empresa pública gestora dos aeroportos), fundos comunitários que poderiam ser aplicados noutros projectos, o monopólio sobre todos os aeroportos de Portugal continental e a concessão da Ota por dezenas de anos."

João Miranda, no Diário de Notícias.

CIP APONTA PARA ALCOCHETE

O Campo de Tiro de Alcochete, zona actualmente ocupada pela Força Aérea, é o local que reúne melhores condições para a construção do futuro aeroporto internacional de Lisboa, em alternativa à Ota . Segundo o SOL apurou, esta é a conclusão do estudo técnico patrocinado pela CIP (Confederação da Indústria Portuguesa), que deverá ser revelado publicamente nos próximos dias. Além de Alcochete, o documento aponta ainda a zona das Faias (a 47 quilómetros de Lisboa), também na Margem Sul, como uma boa opção. Mas, depois de comparadas as diferentes variáveis – ambiente, ordenamento, condições geográficas, propriedade dos terrenos, navegação aérea e infra-estruturas (nomeadamente, vias de comunicação) –, o estudo conclui que o Campo de Tiro de Alcochete é a solução preferível.
Fonte: Sol

DISPARATE TOTAL

O antigo presidente da Câmara Municipal de Lisboa acredita que construir um novo aeroporto na Ota é um «disparate total» que vai prejudicar a Margem Sul.
«O aeroporto na Ota é um disparate total pois a Portela ainda não está esgotada. Uma decisão nesse sentido vai ser prejudicial para a margem sul que vai pagar cara a asneira em 20 ou 30 anos», disse o actual vereador na oposição na Câmara de Sintra, durante uma conferência sobre a inserção do Barreiro no contexto da Área Metropolitana de Lisboa, organizada pelo PS local.

João Soares garantiu que a Portela ainda tem potencialidades para ser exploradas, nomeadamente o espaço ocupado pela Força Aérea e a zona de Figo Maduro, considerando que a base aérea do Montijo seria um bom complemento ao actual aeroporto. «Nunca estiveram em Portugal mais do que dois ou três aviões em espera para aterrar. O problema está no funcionamento da aerogare. com dificuldades na saída dos passageiros e na recepção das bagagens», considerou.

O autarca garantiu que não percebe como é que o metropolitano ficou a 500 metros do aeroporto. «Não faz sentido fazer um aeroporto a 50 quilómetros. Eu não quero mais estudos, quero que se decida, mas não gostava de ver a especulação imobiliária a esticar-se 50 quilómetros depois da Ota», salientou. João Soares afirmou ainda que não se sentia mais realizado por ter vindo ao Barreiro, apesar de não conhecer «o deserto», numa alusão às declarações do ministro Mário Lino, que considerou uma «'gaffe' lamentável». O autarca aproveitou ainda para criticar as autarquias comunistas da margem sul, como o caso do Barreiro, garantindo que é necessário acabar com o «mito» da imagem construída pelo PCP. «As câmaras do PCP na Área Metropolitana de Lisboa [AML] são as que têm maior especulação imobiliária e desordenamento do território. Temos que desfazer a imagem que construíram e isso é possível fazer analisando a Área Metropolitana», disse. João Soares falou ainda da Junta Metropolitana de Lisboa, que presidiu durante seis anos, explicando que enquanto não houver uma eleição directa, o órgão não tem efectivos poderes de coordenação.

«Necessitamos de uma regionalização, mas infelizmente perdemos o referendo, o que traz problemas às áreas metropolitanas mas não só. Os problemas da AML não podem ser resolvidos pela lógica local, tem que se analisar o global para depois se agir ao nível local», concluiu.
Fonte: Lusa

sexta-feira, 1 de junho de 2007

A PORTELA É NECESSÁRIA!

"O fim da Portela é uma grande oportunidade para Lisboa. Pode permitir acabar com a 2ª circular como circular e transformá-la numa grande avenida, como os espanhóis fizeram na M30. Podia fazer-se um parque verde e em vez de mais um projecto imobiliário, ter uma reserva de espaço para espaço para colmatar uma possível saturação da Ota em 2030 com um pequeno aeroporto para executivos."
Augusto Mateus, no Diário Económico.

O MITO DA OTA

A Ota nunca poderá ter terceira pista, nem mais de 35 milhões de passageiros/ano. Logo, padece de uma "doença mortal". A localização de um novo aeroporto na Ota sofre de várias pragas, mas uma é "mortal": não há lá espaço para mais do que duas pistas. O ministro ainda quis prova escrita, mas como não podia haver contestação a tal constatação, surgiu argumento suplente: a expansão não será necessária por a procura prevista não exceder a capacidade de oferta da Ota.
E qual será a procura? Não 30 milhões os passageiros/ano em 2035, como se começou por dizer, mas 50 milhões, número que impressiona mas é temerário. Porquê? Porque a oferta na Ota será de apenas 35 milhões de passageiros/ano de acordo com a Parsons (Plano Director, página 308). Pior: o número de 50 milhões não se baseava em nenhum dos estudos publicados pela NAER. De facto, o estudo da Parsons prevê para aquele ano cerca de 32 milhões de passageiros (página 191 do Plano Director), número parecido ao calculado em 1999 pela Aeroports de Paris (página 25 do Relatório para a Preparação da Escolha do Local). Como o problema da procura afecta tanto a Ota como qualquer outro local do nosso território, mesmo o miserável "deserto", a questão reside na capacidade de oferta e é simples: "Um aeroporto na Ota tem uma capacidade para, em 2035, receber mais 30 milhões de passageiros/ano?" A resposta envolve factores de difícil ou discutível quantificação relacional com o local e com a exploração do transporte aéreo.O local escolhido deve permitir o número de aterragens e de descolagens necessárias, o que depende do relevo, da natureza dos ventos e das condições de visibilidade. Para perceber a evolução do tráfego aéreo deve-se pensar nos tipos de avião, nas suas taxas de ocupação e no número de horas de operações. Ora se tomarmos como bons os pressupostos da Parsons, devemos contar sobretudo com aeronaves com 200 lugares, 10,9 horas "médias" por dia, 310 dias "médios" por ano e uma taxa de ocupação média anual de 72 por cento (página 308 do Plano Director). Multiplicando tudo, obtém-se 486.576 passageiros por ano e por movimentos por hora.Vejamos agora qual o número de movimentos por hora de um aeroporto com duas pistas paralelas afastadas de 1700m. De acordo com a Aeroports de Paris aquele número é 72 (página 25 do Relatório). Para a Parsons, também, ou quase: "... sem esta limitação da pista oeste... a capacidade... na Ota corresponderia aproximadamente (a) 72 movimentos por hora" (página 52 do Plano Director). Parte do problema estaria resolvido não fosse a Parsons aumentar aquele número em 2005 para 84, embora com reservas, muito sublinhadas, quanto às condições de relevo e de visibilidade da Ota (página 11 do Aeronautical Feasibility Study). Que número, então, adoptar? Se partirmos do "consensual" 72 e cruzando-o com os parâmetros da Parsons, obtém-se como estimativa do total de movimentos por hora 67. A estes 67 movimentos por hora correspondem 486.576 x 67 = 32 milhões de passageiros por ano. Tudo estaria pois certo: a oferta correspondia à procura. Contudo, se a taxa de crescimento da procura não estabiliza e continua a crescer moderadamente, em 2035 será sempre superior à capacidade de um aeroporto na Ota, o que significa que este estará possivelmente saturado nessa data, como hoje está o da Portela, mas sem a mínima possibilidade de expansão. Duraria, em operação, menos de 20 anos. Trata-se pois de uma "doença mortal" que não pode, num projecto desta dimensão, ser ignorada ou desprezada por qualquer governante.
Engenheiro civil, IST
Fonte: Público

OS AMNÉSICOS

No Tomar Partido.